Tensões políticas, cidadania e trabalho no longo Oitocentos
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2021Karoline Carula (org.)
Os interesses dos pesquisadores do CEO reunidos no projeto Universal “Poderes políticos, trocas culturais e cidadania em dois momentos (1840-1857 e 1870- 1920)” giram ao redor da problemática e da discussão historiográfica sobre a formação da Nação e
da cidadania, no longo século XIX.
Desta forma, este livro surgiu do diálogo e das conexões entre os pesquisadores do CEO, do NEMIC e do HEQUS, núcleos de investigação pertencentes ao Instituto de História da UFF. A centralidade do Estado e das suas instituições, ao longo do Oitocentos e dos primeiros anos da República, foram chaves importantes para analisar a atuação tanto de grupos sociais, quanto de políticos inseridos em seus partidos; a situação de trabalho de escravos, de libertos e de livres; bem como problemas econômicos variados desenhados nos anos oitocentos e iniciais da República. Contudo, essa perspectiva não negligenciou a compreensão dos períodos tratados e das mudanças ocorridas como decorrência da negociação permanente entre o governo e os movimentos e demandas oriundas da sociedade organizada ou não.
Raça, Gênero e Classe: trabalhadores(as) livres e escravizados(as)
Jonis Freire (org.), 2020Karoline Carula (org.)
Os capítulos reunidos neste livro versam sobre o(s) universo(s) dos trabalhos de homens e mulheres, livres e escravizados(as), no Brasil escravista (século XIX), no pós-abolição e na contemporaneidade. Neles, as categorias de raça, gênero e classe mostram-se imbricadas nas abordagens de várias investigações que compõem a obra. No tocante aos períodos escravista e do pós-abolição, os estudos de casos analisam recortes geográficos diversos – Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul, este em comparação com Santiago de Cuba. Já aqueles cujas temáticas centram-se no contraponto da atualidade, as reflexões discorrem acerca da sociedade brasileira de forma ampla. A obra evidencia a exploração do(a) trabalhador(a), livre e escravizado(a), marcada por questões relativas a raça, classe e gênero, porém, da mesma maneira, ressalta a agência desses(as) homens e mulheres na luta por melhores condições sociais e de trabalho.
Credito & descrédito: relações sociais de empréstimos na América – séculos XVIII e XX.
, 2018Luiz Fernando Saraiva (org.)
Carlos Gabriel Guimarães (org.)
Este livro oferece uma contribuição importante para a historiografia financeira do Brasil e da América Latina. Os organizadores respondem perguntas importantes com metodologias e novas conclusões.
A historiografia econômica brasileira exibe duas trajetórias: examinar a micro ou macroeconomia, exclusivamente, ou, ainda, enfatizar os sucessos e fracassos da economia.
Aqui se encontra uma análise bem mais detalhada. Na maioria dos casos, os historiadores do Brasil estudam bancos e bolsas de valores. Esta coletânea abra campo à maioria dos atores financeiros e a uma variedade impressionante de situações da intermediação.
Ramificações ultramarinas: sociedades comerciais no âmbito do atlântico luso: século XVIII.
(org.), 2018Antonio Carlos Jucá (org.)
Alexandre Ribeiro (org.)
Carlos Leonardo Kelmer (org.)
Carlos Gabriel Guimarães (org.)
Esta coletânea corrige a falta de estudos mais aprofundados sobre o Atlântico luso-afro-brasileiro de maneira magistral e oferece muito mais para o leitor! Novos e já consagrados autores dialogam não só com os clássicos brasileiros, mas também com os clássicos internacionais. A obra situa a História do Brasil no contexto Atlântico e global, apontando para novas temáticas e enquadramentos que vão certamente ter um peso marcante na produção sobre o Brasil colônia. O livro revela um império português com centros de poder localizados não só em Lisboa, mas também no Brasil, assim como redes de comércio que integravam o Brasil não só aos continentes africano e europeu, mas se inseriam em trocas globais de comércio com a Ásia. Por fim, lança luzes instigantes e sugestivas sobre as ramificações globais dos impérios europeus da época moderna.
Imprensa, livros e política no oitocentos.
(org.), 2018Tania Maria Tavares Bessone da Cruz (org.)
Gladys Sabina Ribeiro (org.)
Beatriz Piva Momesso (org.)
A presente coletânea constitui o terceiro volume da coleção organizada por quatro historiadoras inseridas em investigações filiadas aos laboratórios da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, integrantes fundadoras da Sociedade de Estudos dos Oitocentos (CEO), em 2013. Os textos aqui publicados refletem as mais recentes e qualificadas pesquisas sobre o período, desenvolvidas por professores e pesquisadores universitários e alunos de pós-graduação. Traduzem esforços metodológicos que aproximam a História da Literatura, demonstram a possibilidade de fazer no Brasil a História Conceitual do Político no século XIX, ou ainda descortinam novos modos de entendimento da História da ciência oitocentista a partir dos estudos sobre livros e imprensa. Os textos cumprem, assim, a função de contribuir com um entendimento maior sobre este período, priorizando a compreensão do circuito comunicacional consolidado no Rio de Janeiro, enquanto principal porto de entrada de impressos e como espaço de maior efervescência intelectual do Império do Brasil. Ademais, além de dois capítulos serem dedicados a objetos próprios ao contexto português e francês, os outros autores não deixam de correlacionar os aspectos identificados no Brasil com a dinâmica estabelecida na Europa no mesmo período, visto que essas dimensões coexistem e interagem entre si, mesmo que redundem em práticas e realidades específicas.
Portugueses e Cidadãos: experiências e identidades nos séculos XIX e XX
(org.), 2018Paulo Cruz Terra (org.)
Gladys Sabina Ribeiro (org.)
Fabiane Popinigis (org.)
Portugueses e cidadãos. Experiências e identidades nos séculos XIX e XX descortina para os leitores a realidade da imigração portuguesa e suas lutas no cotidiano brasileiro de então. A Constituição de 1891 separou as ‘qualidades’ e os ‘direitos” dos “cidadãos brasileiros’. Ao fazer essa operação, dissociou a cidadania da nacionalidade vinculada ao local de nascimento. Ampliou também a possibilidade da aquisição de direitos ao estabelecer um vínculo jurídico entre o indivíduo e o Estado. Embora sacramentada apenas no início da República, essa era a interpretação que tiveram os portugueses naturalizados e os que mantiveram a nacionalidade de origem em todo o Império. Os lusitanos não prescindiram da nacionalidade, mas usaram os diplomas legais a partir de suas experiências, nexo necessário para se sentirem cidadãos: os direitos destes estavam vinculados ao pertencimento e se faziam no espaço público como local de igualdade. A obra mostra os meandros da imigração portuguesa, revelando diversos ângulos e facetas ainda pouco conhecidos pelo público brasileiro.
Estudos de história e política no segundo reinado
BARBOSA, S. M.; CANO, J. ; ESTEFANES, B. F. ; AUBERT, P. ; MOMESSO, B. P. ; RIBEIRO, F. N. (org.), 2018Beatriz Momesso (org.)
História das relações de trabalho: Brasil e Portugal em perspectiva global.
(org.), 2017Paulo Cruz Terra (org.)
Raquel Varela (org.)
Dossiê Imigrações.
(org.), 2017Gladys Sabina Ribeiro (org.)
Ismênia Lima Martins (org.)
Erica Sarmiento (org.)
É sob a luz das questões e inquietações do presente que o dossiê
Imigrações, organizado pelas professoras Ismênia de Lima Martins,
Gladys Sabina Ribeiro e Érica Sarmiento, aborda o “longo século
XIX”- e os seus diferentes fluxos migratórios e grupos de imigrantes
que encontraram nas Américas seu pouso e destino.
Cartografias da Cidade (In) Visível:Setores populares, cultura escrita, educação e leitura no Rio de Janeiro imperial
Giselle Martins Venancio (org.), 2017María Verónica Secreto (org.)
Gladys Sabina Ribeiro (org.)
Giselle Martins Venâncio (org.)
Enfocando práticas de escrita e letramento dos pobres, daqueles que sempre consideramos excluídos do mundo culto, Cartografias da Cidade (In)Visível delineia um quadro renovado. Enveredando por abordagens novas, o livro mostra como alguns que, tidos como excepcionais, pois de origem popular e negros, produziam a escrita educada dos romances, poesias ou artigos de jornal – como Machado de Assis e Lima Barreto – eram também produtos do sistema escolar do Império, menos excludente do que supomos. A maioria, no entanto, se inseria no universo escrito pelas bordas, por meio de formas de letramento que costumamos chamar de incompletas, mas que se revelam como estratégias de inclusão significativas. Recuperar a participação de escravos, libertos e livres no mundo fechado da alta cultura e da escrita nos permite superar mais uma barreira que, por muito tempo, antepôs aqueles que tiveram o privilégio de fazer a história – de narrá-la segundo seus pontos de vista – aos que, aparentemente, apenas a tinham sofrido! (fragmento do texto de Maria Helena P. T. Machado- Professora Titular – Depto. de História- USP)
Escravidão e cultura afro-brasileira: temas e problemas em torno da obra de Robert Slenes
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2017Jonis Freire (org.)
Sidney Chalhoub (org.)
Martha Campos Abreu
Escravidão e cultura afro-brasileira: temas e problemas em torno da obra de Robert Slenes é uma coletânea de capítulos que foram apresentados em evento do mesmo nome, realizado na Universidade Federal Fluminense em outubro de 2014. Homenagem de seus ex-orientandos de doutorado e de colegas de ofício, os artigos do livro revelam pesquisas novas sobre temas que foram desdobrados de sua precisa orientação e do instigante convívio acadêmico com Slenes. Divide-se, assim, em cinco partes que se propõem a brindar o leitor com novas perspectivas sobre a escravidão no Oitocentos, a abolição, o pós-abolição e o trabalho livre. São elas: (I) A África no Brasil; (II) Família; (III) Rebeldia e tráfico; (IV) Abolição; e (V) Visões da história.
Histórias sobre o Brasil no Oitocentos
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2016Adriana Pereira Campos (org.)
Em maio de 2013, em um evento comemorativo dos 10 anos do Centro de Estudos do Oitocentos (CEO – UFF), fundou-se a Sociedade Brasileira de Estudos do Oitocentos (SEO), com sede na Universidade Federal Fluminense. O CEO, núcleo propulsor desta fundação, tem sede no Departamento de História da UFF. Ao longo desses anos, abrigou 3 projetos de excelência (PRONEX – FAPERJ / de 2004 a 2014)[1] e foi responsável pela publicação de cinco livros, cujos artigos elaborados por seus pesquisadores e convidados procuraram refletir sobre as dimensões da cidadania, da nação e do Estado no Oitocentos. Com capacidade de nuclear outros grupos e a responsabilidade de disseminar e consolidar análises sobre o período imperial, promoveu também simpósios temáticos nos seminários nacionais e regionais da Associação Nacional de História (ANPUH), bem como organizou seminários internacionais que reuniram pesquisadores estrangeiros, do PRONEX e convidados de outros núcleos de pesquisa e universidades para profícuo debate acadêmico. Ainda dentro de suas atividades, organizou dois seminários regionais, um em 2003 e outro em 2008, com o mesmo intuito de ampliar o debate sobre novos temas e perspectivas de análise do longo século XIX e realizou um concurso de teses e dissertações sobre a mesma temporalidade.
A SEO nasceu, portanto, na tradição das ações encetadas pelo CEO-UFF, mas com amplo apoio da historiografia. Cento e setenta e três pesquisadores e sete grupos de pesquisa assinaram uma carta de apoio à sua criação, que foi chamada de Carta de Niterói. Nela mencionava-se o cenário da fundação da sociedade: “o processo de expansão quantitativa e qualitativa”[2] que passavam as universidades brasileiras e a necessidade de se criar um novo modelo de integração que reunisse pesquisadores, professores, alunos de pós-graduação, de graduação, projetos coletivos, linhas e grupos de pesquisa. Assim, o documento traçou como objetivo princial “servir de fórum de debates e representação dos diversos pesquisadores e grupos, nacionais e estrangeiros, comprometidos com a pesquisa, o ensino e a divulgação científica das histórias desse longo século XIX – período que se estende desde meados do século XVIII até 1930, ou, para o caso brasileiro, desde o que se conhece como a crise do sistema colonial até o final da chamada Primeira República”. Ao seguir o modelo de outras sociedades científicas, a SEO procurou se constituir como um espaço autônomo e integrador de iniciativas de reflexão e análise sobre os diferentes recortes temáticos, objetos e abordagens sobre o período. Constituiu-se “aberta a todas as vertentes interpretativas e de livre associação, sem interferir nos processos internos e na autonomia dessas entidades associadas” e tomou por norte acreditar na diversidade para potencializar a “emergência de identidades e interesses comuns na relação com os diferentes setores da sociedade, do Estado e do mundo acadêmico-científico”. O caráter nacional e internacional da SEO levou à eleição de uma diretoria, conselho fiscal e científico plurais, que contemplou pesquisadores brasileiros e internacionais de universidades diferentes. Com relação ao Brasil, cuidou-se de que a gestão estivesse regionalmente representada. Esse esforço resultou no I Seminário Internacional da SEO: Brasil no século XIX, que aconteceu entre os dias 25 e 29 de agosto, nas dependências do Departamento de História da Universidade Federal do Espírito Santo. Ao longo desses três dias foram apresentadas 209 comunicações e 86 foram enviadas para avaliação de um Comitê Editorial e de um Comitê Assessor, coordenados por Adriana Pereira Campos. Desses, 77 trabalhos obtiveram pareceres favoráveis e foram publicados na forma de Anais eletrônicos na página da SEO. Os treze artigos que compõem este livro foram selecionados entre essas 77 comunicações. Expressam novas perspectivas e novos horizontes de pesquisa e foram agrupados em cinco seções. A primeira delas trata de aspectos econômicos e conjuga-os com posições e opções políticas. Mostra que a economia, a política e características culturais e sociais caminham lado a lado. Assim, os capítulos abordam políticas relativas ao tesouro nacional, com liames estreitos com os partidos políticos; a importância das ferrovias para a configuração das cidades e suas morfologias como Bocas do Sertão em diferentes províncias e o desenvolvimento do Sul do Espírito Santo por meio de sua ocupação feita por imigrantes.Livros e literatura, segunda seção, do livro, aborda a leitura, como as pessoas liam, viviam e até tinham ganhos pecuniários com o livros. Prossegue com análises instigantes sobre aspectos da literatura no século XIX ao tematizar a identidades regionais do Sul e ao recuperar um tipo literário original marcado pela tradição poética da gauchesca, que idealizava um passado que foi sendo destruído pelos novos tempos trazidos pela “civilização”. De forma instigante, trata igualmente da ironia de Martins Guimarães no periódico carioca Semana Ilustrada. Procura articular aspectos linguísticos, literários e culturais da crítica literária da segunda metade do século XIX e discutir textos que fugiram aos padrões da crítica literária tradicional devido ao humor, à ironia, ao elogio exagerado aos autores e a produções medíocres. A seção Imprensa revela uma riqueza ímpar ao se debruçar sobre jornais, tipografias e ao desnudar a importância da circulação de ideias entre Parlamento e imprensa. Recupera a instalação da Tipografia Nacional do Maranhão, no contexto de instituição da liberdade de imprensa pelo constitucionalismo português, e abre uma importante janela para se perceber os impactos provocados nas disputas políticas. Já a circularidade de ideias entre Parlamento e imprensa é tratada em relação a um assunto específico: o tráfico. A hipótese, ao abordar um político pernambucano, é defender que os grupos políticos nasciam de alianças tecidas por líderes de partidos por meio das falas que proferiam. Esses homens eram grandes oradores que arregimentavam parlamentares ao seu redor e traçavam-lhes as diretrizes.Historiografia e escravidão é a penúltima seção, composta de três artigos. A historiografia sergipana e a sua importância é tema pouquíssimo frequentado. O autor recupera os primeiros estudos de história da historiografia sergipana sobre o Oitocentos, nascida na década de 1970. Os dois últimos capítulos tratam da escravidão. Com base em levantamento original das sociedades abolicionistas francesas no século XIX, um dos estudos contempla o Comitê pela abolição do tráfico de escravos da Sociedade da Moral Cristã, fundada em 1821, e discute a retórica abolicionista dos franceses principalmente por meio da denúncia das condições das viagens nos navios negreiros. Esse estudo dá subsídios para se comparar os discursos francês e brasileiro, no período tratado, e permite verificar e comparar os argumentos usados lá e cá. O último capítulo dá um tratamento novo às questões relativas ao tráfico ilegal e negreiro por dimensionar o reerguimento da escravidão no Brasil oitocentista, em sua dimensão Atlântica e no seio da chamada segunda escravidão. Enfatiza os vínculos entre os negócios do café e os do tráfico ilegal de africanos, seus agentes e suas estruturas. A última seção do livro analisa os militares no período imperial, com distintos enfoques. Mostram-se as tensões políticas entre as instituições do Comando das Armas e da Junta Provisória de Governo do Espírito Santo, com suas estruturas administrativas e políticas, frutos das determinações das Cortes Lisboetas. Também nesta parte se deslinda o surgimento de uma imprensa militar no Brasil, analisando os temas em pauta a partir do exame da Revista Marítima Brasileira publicada entre 1851 e 1855. Ao situar o livro em seu contexto de produção e ao resenhar brevemente os conteúdos de cada parte, esperamos contribuir para o debate acadêmico nas áreas específicas abordadas e atribuir a SEO a tradição de debates acadêmicos que tragam sempre novos caminhos de interpretação para os anos de 1750 a 1930, o longo século XIX.
[1] Entre 2004 e 2010, os projetos Nação e cidadania no Império: novos horizontes e Dimensões da cidadania no século XIX estiveram sob coordenação acadêmica de José Murilo de Carvalho e coordenação executiva de Gladys Sabina Ribeiro. Entre 2011 e 2014, fez parceria com o REDES- UERJ, para a execução do projeto Dimensões e fronteiras do Estado brasileiro no século XIX, proposto por Lúcia Maria Pereira das Neves e com a coordenação acadêmica de José Murilo de Carvalho.
[2] Carta Aberta de Niterói. maio de 2013.
Cultura escrita e circulação de impressos no Oitocentos
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2016Tania Bessone (org.)
Monica Gonçalves (org.)
Beatriz Momesso (org.)
Este livro é uma importante contribuição aos estudos sobre a circulação dos impressos no Brasil do século XIX. As organizadoras, nomes destacados no cenário da produção historiográfica sobre o Império brasileiro, buscam ampliar e consolidar um campo de debates sobre os impressos, o que resulta num volume que proporciona o alargamento da análise historiográfica ao sugerir novas questões e abordagens inéditas das fontes.
Tradição e modernidade no mundo iberoamericano.
CARULA, Karoline; PRADO, M. E. C. (Org.) ; CORREA, M. L. (Org.) . (org.), 2016Reunindo versões ampliadas e revistas por seus autores de textos previamente selecionados entre as comunicações apresentadas no XI Colóquio Tradição e Modernidade no Mundo Iberoamericano. Intelectuais, Nação e Cultura: Movimentos, Identidades e. Migrações, esse e-book contém 12 capítulos. O critério adotado nessa seleção foi o de promover uma análise aprofundada da temática dos intelectuais no espaço ibero-americano e, em especial, no Brasil, compilados segundo os eixos temáticos e cronológicos que organizam as duas partes do livro, Modernidade e progresso (século XIX) e Modernidade e nação (século XX). Para os intelectuais hispano-americanos e luso-brasileiros, a questão nacional sempre se apresentou como um desafio. A manutenção ou a ruptura com o legado ibérico ocupa lugar destacado em suas formulações. Nesse sentido, a adoção de medidas institucionais e sociais capazes de viabilizar nesses países a construção do modelo político e social que define a modernidade pode implicar a quebra dos modos tradicionais de organização da sociedade e de construção do Estado. Nesse embate de ideias, práticas políticas e modelos culturais, a América Latina implantou, ao longo do século XX, instituições políticas modernas, sem que deixassem de existir práticas políticas que indicam a permanência de valores ibéricos tradicionais. Tal constatação sugere a perscrutação dos conteúdos da vida política e social ibérica em seus momentos fundadores, pensados com base no período colonial, e em suas manifestações contemporâneas, em particular no que diz respeito à formação dos chamados blocos com a Europa e o Mercosul. Assim, os pesquisadores integrantes da iniciativa se debruçaram sobre as diferentes conjunturas, temporalidades e espacialidades que compõem o chamado “mundo ibérico”, examinando suas especificidades na cultura política moderna. Ao longo de todo o século XIX, a América ibérica foi palco de acirrada disputa no campo das ideias e das práticas políticas em torno dessa temática. A questão dos paradigmas a serem seguidos se encontrava no centro de tal debate: tornar os novos Estados o mais próximos possível dos modelos representados pela Grã-Bretanha e pela França ou voltar-se ao modo como o Estado norte-americano foi construído, viabilizando-se o abandono do legado colonial. A possível definição de uma dualidade entre o que é ibérico e o que pode ser anglo-saxônico constituiu, assim, o objeto central dos debates que resultaram nesta publicação.
Os intelectuais e a nação: educação, saúde e a construção de um Brasil moderno.
CARULA, Karoline; ENGEL, M. G. (Org.) ; CORREA, M. L. (Org.) . (org.), 2016Organizado pelas historiadoras Karoline Carula, Magali Gouveia Engel e Maria Letícia Corrêa, o livro “Os Intelectuais e A Nação” vem, por certo, ocupar um lugar de destaque. Centrado na temática dos intelectuais e seus diversos projetos para o Brasil, bem como em suas diferentes leituras acerca da questão nacional, o livro foi organizado a partir de dois grandes eixos: “A questão nacional e a educação” e “A questão nacional e a saúde”. Foram extremamente felizes as organizadoras na escolha desses que se constituíram em dois temas fundamentais no debate intelectual e político do Brasil desde os finais do século XIX, assim permanecendo ao longo da primeira metade do século XX.
O Brasil e o exterior. Estado, instituições e intelectuais na relação com o outro (séculox XIX e XX). Proposta para professores de História.
Aline Pinto Pereira (org.), 2015Vantuil Pereira (org.)
Ana Paula Barcelos Ribeiro da Silva (org.)
Em “O Brasil e o Exterior” temos uma coletânea de artigos que procura dialogar com o ensino de história a partir de estudos recentes que abordam nossas relações internacionais. O trabalho revisita temas clássicos da historiografia, como a independência e o escravismo, e introduz novidades como a construção do pacifismo na Ibero-América, relações Brasil e Rússia no século XIX, além dos direitos humanos, tema polêmico em um país de heranças escravistas e autoritárias como o Brasil. Mais uma vez, a narrativa e as inovações teórico-metodológicas pelas quais a escrita da história tem passado dão sua contribuição ao ensino. Assim, a história ensinada acaba por refletir a produção historiográfica, produzindo-se uma relação entre a sala de aula e a pesquisa acadêmica.
Dimensões e Fronteiras do Estado Brasileiro no Oitocentos
José Murilo de Carvalho (org.), 2014Lucia Maria Bastos P. Neves (org.)
Levanta indagações que possibilitem novos estudos sobre a construção do Estado brasileiro no século XIX. Procura configurar teias de relações entre o Estado em construção e as tensões sociais a partir de três fenômenos centrais: nação, cidadania e Estado. Trabalhando novos olhares sobre a escravidão, a cultura letrada e as instituições jurídicas, contribui para maior conhecimento da história oitocentista do país.
O Oitocentos sob novas perspectivas
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2014Tânia Bessone (org.)
Ismênia de Lima Martins (org.)
O Oitocentos sob novas perspectivas reúne dezesseis artigos selecionados por pareceristas dentre as vinte e nove comunicações que foram enviadas às organizadoras. Divide-se em quatro partes: Os Mundos dos Negócios e do Trabalho; O Jogo da Política e a Diplomacia; Ciências e Letras e Culturas e Sociabilidades. Foi resultado do Seminário que comemorou 10 anos de fundação do CEO (Centro de Estudos do Oitocentos), ocorrido na UFF, em 2013. Neste evento, fundou-se a SEO (Sociedade de Estudos do Oitocentos).
O oitocentos entre livros, livreiros. Impressos, missivas e bibliotecas.
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2013Tânia Maria Bessone da Cruz Ferreira (org.)
Monique de Siqueira Gonçalvez (org.)
Livros, livreiros e impressos alcançaram grande relevância política e sociocultural no Brasil do século XIX, principalmente com o fim da censura e o estabelecimento dos editores na Corte imperial. Neste livro de três importantes historiadoras brasileiras vemos como se criou, na corte imperial, um ambiente onde a ‘opinião pública’ passava a ocupar, progressivamente, a função de legitimadora de posições políticas, incentivando o contínuo surgimento de novos veículos de comunicação impressa no Império do Brasil. Desta forma, no âmbito da pesquisa historiográfica, a verificação de um contexto histórico marcado pelo intenso fluxo de ideias, possibilitado, sobretudo, pela crescente circulação de livros, jornais, panfletos, estampas, almanaques, cartas, partituras de músicas, entre outros, tem motivado a realização de multifacetadas investigações históricas. Este livro toma como referência as pesquisas de Robert Darnton e Daniel Roche, onde a palavra impressa é vista como uma ‘força ativa na história’ e não como um simples registro do que aconteceu. Neste volume, foram reunidos textos dedicados a esses temas, bem como aqueles relacionados aos espaços de sociabilidade ao redor do livro, como bibliotecas e livrarias.
Elites, Fronteiras e Cultura do Império do Brasil
Lucia Maria Bastos Pereira das Neves, 2013Tânia Maria Bessone da C. Ferreira
Lucia Maria P. Guimarães
Reunindo pesquisadores de várias regiões do Brasil, a obra demonstra o grande interesse que os estudos sobre o oitocentos vêm caracterizando a nossa recente historiografia. Parte desses pesquisadores, que aqui se fazem presentes, bem como as organizadoras, integram um grupo de pesquisa (Pronex/Faperj/CNPq) que, há alguns anos se dedicam ao estudo do século XIX, especialmente, às análises do político, em conexão, com a cultura, as instituições, a economia e à escravidão. O grupo ainda se caracteriza por abordagens distintas, fontes diversificadas e metodologia adequada que procuram valorizar a história enquanto o estudo das correlações, evitando explicações únicas e lineares.
Incorporando tais premissas, os trabalhos, que aqui vêm à luz, dedicam-se, sobretudo, aos temas do político, ressaltando sua especificidade e sua relevância no processo histórico, sem, contudo, considerá-lo como único elemento explicativo, uma vez que a história política desconectada do social, do cultural e do econômico está condenada a um retrocesso. Os diversos textos se voltam para o estudo das elites, das hierarquias sociais, das estruturas de poder, do comércio de escravos, do papel das fronteiras na organização do Estado, das práticas culturais e dos direitos e deveres dos cidadãos.
O livro possibilita, assim, dar ao público leitor mais uma oportunidade de novas pistas para outras investigações sobre a complexa problemática da interpretação do Estado e das práticas da cidadania do longo século XIX.
O oitocentos entre livros, livreiros. Impressos, missivas e bibliotecas
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2013Tânia Bessone da Cruz Ferreira (org.)
Monique de Siqueira Gonçalves (org.)
Livros, livreiros e impressos alcançaram grande relevância política e sociocultural no Brasil do século XIX, principalmente com o fim da censura e o estabelecimento dos editores na Corte imperial. Neste livro de três importantes historiadoras brasileiras vemos como se criou, na corte imperial, um ambiente onde a ‘opinião pública’ passava a ocupar, progressivamente, a função de legitimadora de posições políticas, incentivando o contínuo surgimento de novos veículos de comunicação impressa no Império do Brasil. Desta forma, no âmbito da pesquisa historiográfica, a verificação de um contexto histórico marcado pelo intenso fluxo de ideias, possibilitado, sobretudo, pela crescente circulação de livros, jornais, panfletos, estampas, almanaques, cartas, partituras de músicas, entre outros, tem motivado a realização de multifacetadas investigações históricas. Este livro toma como referência as pesquisas de Robert Darnton e Daniel Roche, onde a palavra impressa é vista como uma ‘força ativa na história’ e não como um simples registro do que aconteceu. Neste volume, foram reunidos textos dedicados a esses temas, bem como aqueles relacionados aos espaços de sociabilidade ao redor do livro, como bibliotecas e livrarias.
Linguagens e Fronteiras do Poder.
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2012José Murilo de Carvalho (org.)
Miriam Halpern Pereira (org.)
Maria João Vaz (org.)
A história comparada hoje impõe-se à escrita da História como uma necessidade absoluta para a inteligibilidade do passado. Os países inseridos num espaço imperial e pós-imperial oferecem um domínio analítico específico. A sua particularidade resulta da existência de um passado comum, ainda que em situação de subordinação das antigas colónias em relação à metrópole. No caso de Portugal e Brasil, esse passado teve uma peculiar evolução, já que na fase final do império luso-brasileiro, o centro foi transferido de Lisboa para o Rio de Janeiro. E, após a independência brasileira e durante um século e meio, a travessia do Atlântico de milhares de camponeses, homens e também mulheres e menores trouxe uma nova trama popular e de uma outra dimensão aos elos entre os dois países. As relações culturais, facilitadas pela língua comum, foram também intensas durante oitocentos e as primeiras décadas de novecentos.
São algumas dessas conexões que, para o período oitocentista, são examinadas neste livro que resulta de um Colóquio luso-brasileiro organizado pelo CEO/Pronex e pelo CEHC-IUL em 2010.
Dimensões Políticas do Império do Brasil
Lucia Maria Bastos Pereira das Neves, 2012Tânia Maria Bessone da C. Ferreira
Este livro é fruto de reflexões de diversos pesquisadores brasileiros que se voltam para o longo século XIX, no Império do Brasil, em especial, para suas abordagens políticas.
Linguagens e Fronteiras do Poder
José Murilo de Carvalho (org.), 2011Miriam Halpern Pereira (org.)
Gladys Sabina Ribeiro (org.)
Maria João Vaz (org.)
A história comparada impõe-se à escrita da história para a inteligibilidade do passado. Os países inseridos em espaço imperial e pós-imperial oferecem um domínio analítico específico, pela particularidade oriunda de um passado comum, ainda que em contexto de subordinação das antigas colônias em relação à metrópole. No caso de Portugal e Brasil, esse passado teve uma peculiar evolução, pois na fase final do império luso-brasileiro o centro foi transferido de Lisboa para o Rio de Janeiro. Linguagens e Fronteiras do Poder explora a natureza dessa evolução peculiar no que tem de comum e de distinto.
Perspectivas da cidadania no Brasil Império
José Murilo de Carvalho (org.), 2011Adriana Pereira Campos (org.)
Com organização de José Murilo de Carvalho e Adriana Pereira Campos, Perspectivas da cidadania no Brasil Império apresenta reflexões sobre questões que não foram resolvidas no século XIX e invadiram o século XX. Civilização, progresso, soberania dos povos, liberdade, igualdade são alguns dos temas que ganham um olhar brasileiro sob a ótica da cidadania. Três grandes eixos norteiam as ideias apresentadas pelos pesquisadores: Estado e Representação; Ideias e Cultura; e Direito e Economia. A partir deles, os autores falam de temas como “A imprensa e o Ministério: escravidão e Guerra de Secessão nos jornais do Rio de Janeiro (1862-1863)”; passeiam pela literatura no artigo “Para além da amizade literária: cartas de João do Rio para João de Barros (1912 – 1921)”; e falam sobre política em textos como “Política sem cidadania: eleições nas irmandades de homens pretos”.
Linguagens e práticas da cidadania no século XIX
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2010Tania Maria Bessone da Cruz Ferreira (org.)
Repensando o Brasil do Oitocentos: cidadania, política e liberdade
José Murilo de Carvalho (org.), 2009Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves (org.)
Um estudioso da cidadania no Brasil, José Murilo de Carvalho, juntamente com Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves, reúnem neste volume o que há de mais recente sobre o assunto, resultado de dois seminários que organizou dentro do projeto “Nação e cidadania no Império: novos horizontes”. Estabeleceu como parâmetros de análise a necessidade de se esquadrinhar novas formas de lutas pela cidadania, de tal modo que pudéssemos ultrapassar as análises já existentes.
Diálogos entre Direito e História: cidadania e justiça
Gladys Sabina Ribeiro (org.), 2009Edson Alvisi Neves (org.)
Maria de Fátima Cunha Moura Ferreira (org.)
Este livro apresenta os primeiros resultados de um grupo de trabalho reunido ao redor do convênio firmado entre a Universidade Federal Fluminense e a Universidade do Minho, Portugal. Este grupo tem por escopo refletir sobre as relações entre os campos da História e o Direito.
O objetivo do livro é discutir a formação da Nação, dos direitos e da cidadania na passagem para a modernidade com análises que priorizam os direitos políticos e civis, levando em consideração os valores e as práticas sociais do período que vai do Primeiro Reinado aos últimos anos do Império e ao começo da Primeira República. Enfoca as diferentes concepções de direito e as relações dos cidadãos com o governo e com as instituições do Estado, além de permitir subsídios para a discussão sobre a formação da sociedade civil, equilibrando o papel do Estado e o da sociedade.
Nação e Cidadania no Império: novos horizontes é fruto de um desafio intelectual dos mais instigantes, pois lida com uma temática extremamente relevante, tanto para historiadores e cientistas sociais de hoje, como para quem viveu no Brasil monárquico. As elites que fundaram o império não podiam arquitetar seu modelo de sociedade, sua ideia de nação, sem imaginar as possibilidades de direitos e deveres dos cidadãos, e definir os não-cidadãos. No entanto, como havia muitas forças em jogo, era impossível controlar tudo e todos para que a sociedade se encaixasse pacificamente em tal modelo. Sempre houve alternativas, mesmo que derrotadas. Os textos desta coletânea apresentam várias faces desse jogo de tensões – entre as próprias elites, inclusive -, do qual resultou o que agora somos como nação e cidadãos.