O objetivo geral desta pesquisa é a abordagem das relações entre Brasil e Portugal, no período que se estende de 1826 a 1834. A proposta se organiza em torno de dois eixos fundamentais, essenciais ao entendimento da dinâmica entre revolução e contrarrevolução, nas primeiras décadas do século XIX, na Europa, na Península Ibérica, em particular e no Brasil. O primeiro, a identificação dos projetos de poder, sustentados por inúmeros perseguidos políticos do regime, entre eles portugueses, brasileiros e estrangeiros que defendiam o apoio à vigência da constituição de 1826, outorgada por D. Pedro a Portugal e a ascensão do próprio Imperador do Brasil ao trono português. Não raro, tais projetos vinham acompanhados da proposta da união entre Portugal e Espanha, sob a Coroa do Primeiro Imperador, mesmo antes de sua abdicação ao trono brasileiro, em 1831. O segundo, insere-se na história das migrações políticas, já que vários acusados de adesão ao liberalismo buscaram o exílio para escapar da ação policial do regime miguelista, seja na Europa, seja nos Açores ou nas Américas. As principais fontes primárias consultadas encontram-se no fundo do Ministério de Negócios Estrangeiros (Arquivo Nacional da Torre do Tombo ANTT), na Intendência Geral de Polícia (ANTT) e no Arquivo Histórico Militar (AHM), localizados em Lisboa. A participação de pesquisadores de Universidades portuguesas (Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa) e espanholas (Universidade de Salamanca e de Zaragoza) possibilitará o trabalho em rede de pesquisadores e pesquisadoras brasileiros/as e estrangeiros.