O Centro de Estudo do Oitocentos (CEO) foi fundado na UFF, em agosto de 2002, com a intenção de ser um espaço de trabalho coletivo. Caracteriza-se por se constituir em um espaço interinstitucional, direcionado para o estudo da história do que convencionamos denominar de longo século XIX, período que se estende desde o que conhecemos como crise do sistema colonial, em fins do século XVIII, até o final da República Velha.
A partir de temáticas comuns, a sua proposta consiste em reunir núcleos, laboratórios, linhas de pesquisa, professores e alunos de graduação e de pós-graduação de diferentes instituições, com o intuito de trocar informações, montar bancos de dados, compartilhar experiências e discutir resultados de investigações e bibliografias afins.
Conta com um núcleo de pesquisadores permanentes formado pelos professores Beatriz Piva Momesso, Carlos Gabriel Guimarães, Giselle Martins Venancio, Gladys Sabina Ribeiro, Humberto Fernandes Machado, Ismênia de Lima Martins, Jonis Freire, Karoline Carula, Paulo Cruz Terra e Tâmis Parron, da UFF; Vantuil Pereira e Aline Pinto Pereira, da UFRJ; Alexandre Mansur Barata e Silvana Mota Barbosa, da UFJF; Adriana Pereira Campos, da UFES.
LINHAS DE PESQUISA
Sociedades escravistas no longo século XIX: Estudar as sociedades escravistas, no longo século XIX, enfocando aspectos sociais, culturais e econômicos. Compreende-se a escravidão como definidora de valores, vivências, hierarquias e central nas questões financeiras e econômicas das distintas sociedades escravistas do mundo atlântico. Temáticas como o gênero na escravidão, tráfico de escravizados, relações familiares, redes de solidariedade e de sociabilidade, emancipações, liberdades, abolições, dentre outros, são temas de interesse da linha.
Palavras-chave: sociedades escravistas, práticas culturais, práticas econômicas
Participantes: Jonis Freire, Karoline Carula, Paulo Cruz Terra, Carlos Gabriel Guimarães e Tâmis Peixoto Parron.
Migrações, exílios e contrarrevolução: Conflitos, redes de sociabilidade, redes de solidariedade e formas de controle no mundo do trabalho e na modernidade política. Esta linha visa investigar a dinâmica e a relação entre as migrações, exílios e contrarrevolução no contexto de superação do império luso-brasileiro, das revoluções liberais. Visa igualmente compreender os trânsitos de migrantes em busca de melhores condições de vida e a forma de acolhimento nos países de destino por meio de redes de sociabilidade e solidariedade, mas também abordará conflitos, luta por direitos, conformação de identidades, de inclusão ou não nas sociedades de acolhimento. As relações acima, humanas e de deslocamentos populacionais, terão como horizonte não apenas a Era das Revoluções. São bem-vindos nessa linha pesquisas das movimentações de população ligadas às práticas econômicas e políticas, bem como ao mundo do trabalho no desenvolvimento do capitalismo global.
Palavras-chave: migrações, exílios, contrarrevolução
Participantes: Andréa Lisly Gonçalves, Cássila Pessoa de Mello, Luaia Rodrigues e Luiz Gustavo Martins da Silva.
Práticas letradas, imprensa, circulação de ideias: Estudos sobre o local e o global ultrapassando abordagens entre o micro e o macro, a discussão sobre os Estados-nação e o regionalismo sem contexto. Linha que pretende dialogar com os intérpretes do Brasil na modernidade e que enfatiza a importância do estudo da imprensa e dos livros como objeto e como fontes, de modo a se compreender aspectos do mundo do trabalho, da cidadania e da historiografia, em diálogo com os contextos das obras produzidas.
Palavras-chave: práticas letradas, imprensa, circulação de ideias.
Participantes: Alexandre Mansur Barata, Giselle Martins Venancio, Maria Larisse Elias e Silvana Mota Barbosa.
Trânsitos nacionais, transnacionais e conexões no mundo Atlântico e Índico: Navios, negócios e negociantes e a experiência de trabalhadores livres, semi-livres, engajados, escravizados, soldados e marinheiros. Esta linha visa compreender o impacto dos negócios e dos diferentes trabalhadores na conformação de grupos e de classes sociais no momento da formação e da expansão do capitalismo global. Desta forma, pretende mostrar a multiplicidade de forma de trabalho e a relação estreita entre livres, não livres e escravizados, com suas experiências que ultrapassam as dicotomias que a historiografia do trabalho por vezes apresenta ao separar a interação e diálogo necessários entre esses temas de pesquisa. É importante tratar das hierarquias multiétnicas e multirraciais na constituição da classe trabalhadora, estressando formas de solidariedade e práticas de resistência.
Palavras-chave: conexões no mundo Atlântico e Índico, negócios, negociantes e mundo do trabalho
Participantes: Camila Borges da Silva, Carlos Gabriel Guimarães, Cássila Pessôa de Mello, Gladys Sabina Ribeiro, Humberto Machado, Jaime Rodrigues, Marcus Joaquim Maciel de Carvalho, Nívea C. Guimarães, Paulo Gonçalves e Wagner Bueno
Raça, gênero, classe e liberdade: Analisar, por meio de um viés interseccional, raça, gênero, classe e liberdade. Pensar essas categorias de maneira interseccional complexifica a abordagem analítica, uma vez que não privilegia uma sobre a outra; as discriminações interseccionais são difíceis de serem identificadas em contexto nos quais as estruturas sociais, econômicas e culturais as naturalizam, fazendo com que pareçam imutáveis. A funesta herança social deixada pela escravidão impacta as diversas sociedades que tiveram a instituição como base. A linha congrega pesquisadoras/es que buscam compreender as exclusões sociais, em seus múltiplos aspectos, existentes no longo século XIX, cruzando os marcadores sociais de raça, gênero, classe e liberdade.
Palavras-chave: raça, gênero, classe e liberdade.
Participantes: Adriana Barreto, Edilson Nunes dos Santos Junior, Fabiane Popinigis, Gladys Sabina Ribeiro, Jonis Freire, Karoline Carula, Paulo Cruz Terra e Silvana Mota Barbosa
Instituições, poder e cultura política: Relaciona instituições e organizações políticas, ao enfocar os conflitos culturais, a memória social e as instituições de poder. Preocupa-se com os intelectuais e bacharéis em direito na conformação de projetos políticos; os movimentos sociais e a construção de identidades nacionais; a representação e a participação políticas, por meio da análise dos partidos políticos e de sistemas eleitorais, da constituição de políticas públicas e direitos de cidadania usando fontes impressas e manuscritas.
Palavras-chave: instituições, poder e política.
Participantes: Adriana Pereira Campos e Alexandre Mansur Barata